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Sim, nós (gays) temos pinto!

8 fevereiro 2011 2 comentários

Por Marcos Guinoza

O GayMe, quadro do programa “Amor & Sexo”, comandado pela bela Fernanda Lima, brinca com os estereótipos do universo homossexual. Nada além disso.

O quadro é feito na medida para divertir os telespectadores médios com provas idiotas como correr 100 metros de salto alto, trocar pneu de carro ou arrancar o sutiã de boazudas com os olhos vendados.

Quem esperava por amor gay e, principalmente, por sexo gay, caiu do cavalo. Teve que se contentar com uma gincana infantilóide tipo Didi Mocó, em que o único objetivo era fazer rir, insistindo na imagem caricata do homossexual “alegre” e afeminado. Não por acaso, ao fim do programa, Fernanda Lima fez questão de agradecer à tal “alegria do universo gay”.

Aqui, vale uma comparação. Chamava-se bobo da corte o “funcionário” da monarquia encarregado de entreter reis e rainhas, fazendo-os rir. Na TV brasileira, os bobos da corte de hoje são as bichas-loucas, sempre escaladas para “pagar mico”, “requebrar a cintura”, distrair a plateia com seus pulinhos, gritinhos e tchauzinhos desmunhecados.

Enquanto isso, no lado heterossexual do programa, rolava um papo reto e adulto sobre 69 e sexo anal entre a apresentadora e os atores Cléo Pires e Malvino Salvador.

Ora, gays também fazem sexo, viu, senhora TV Globo! E poderiam opinar com muito mais conhecimento de causa sobre 69 e sexo anal! Mas, aí, já seria pedir demais, né?

Plantar bananeira ou levar torta na cara, como se fôssemos palhaços, pode. Revelar que somos pessoas normais e que (oh, Deus!) trepamos, seria de “mau gosto”, afastaria os anunciantes, causaria constrangimento no público.

Li que esta segunda edição do programa “Amor & Sexo” voltaria mais apimentada. Quero saber: que pimenta é essa que não arde na boca e, ainda por cima, finge que os homossexuais não têm pinto?

* Os artigos aqui publicados não representam necessariamente a opinião do Pará Diversidade.