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O “kit gay” e uma ameaça de morte

21 março 2011 Nenhum comentário

Por Marcos Guinoza

Há uma Petição Pública na internet contra o chamado “Kit Gay”, apelido pejorativo que o deputado-evangélico-homofóbico Jair Bolsonaro (PP-RJ) deu ao material que o Ministério da Educação pretende distribuir em escolas públicas.

O tal “Kit Gay”, na verdade, contém cartilhas e vídeos com informações didáticas que esclarecem as crianças sobre o bullying e o preconceito. A petição on-line pede o apoio de pessoas contrárias à iniciativa. Até 12h37 de sábado (19/03), o abaixo-assinado contava com a participação de 15.591 brasileiros baiacus.

Os criadores da petição afirmam que são contra o “Kit Gay” por se tratar do “maior escândalo deste país”. Argumentam que “uma coisa é o preconceito… Outra coisa é fazer apologia ao homossexualismo”.

A reação religiosa-fascista dos homofóbicos à maior visibilidade da comunidade LGBT no Brasil não para por aí. O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) denunciou esta semana que está sendo ameaçado de morte pelo Twitter.

Gay assumido, o professor baiano tem como principal bandeira no Congresso Nacional lutar pelos direitos dos homossexuais. “É por ofender a bondade de Deus que você deve morrer”, dizia uma das mensagens. Outra: “Cuidado ao sair de casa, você pode não voltar”. E mais outra: “A morte chega, você não tarda por esperar” (saiba mais sobre esse assunto aqui).

Agora, vamos aos esclarecimentos:

1) Qual o “escândalo” em ensinar as crianças desde cedo a respeitar o próximo? A não ter preconceito contra quem é “diferente”? A iniciativa do Ministério da Educação não faz “apologia ao homossexualismo”, muito menos vai fazer o seu filho “virar” viado. Se ele tiver que ser, será. Com ou sem o seu consentimento.

2) Ameaçar o Jean Wyllys de morte “em nome de Deus” só mostra o quanto os religiosos homofóbicos são contraditórios. De um lado, pregam o “amor ao próximo”. De outro, sem argumentos convincentes para um debate inteligente, partem para a violência, tentando intimidar o “oponente” na base da pancadaria.

Era de se esperar essa reação descontrolada de parte da sociedade aos avanços da militância LGBT. Estamos conquistando cada vez mais espaços e direitos, e isso incomoda os cagões que continuam achando que podem girar o mundo para trás.

Não, não podem. E quanto mais eles batem, mais fortes os homossexuais ficam para combatê-los de igual para igual. Depois não digam que eu não avisei.

(Saiba mais sobre Marcos Guinoza aqui)

* Os artigos aqui publicados não representam necessariamente a opinião do Pará Diversidade.