Sociedade podre. Políticos idem
A absolvição do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), acusado de quebra de decoro parlamentar (traduzindo: mostrou a bunda cabeluda e fedida para negros e LGBTTs), não devia surpreender nem indignar ninguém. A classe política brasileira é podre. Pior: é o retrato cuspido e escarrado da sociedade podre que elege os mesmos canalhas de sempre a cada nova eleição.
Sim: há uma pequena parcela de brasileiros aguerridos que luta por mudanças sociais, comportamentais, políticas. Quer um país mais livre e civilizado. Mas não se iluda: a imensa maioria é formada por gente tosca, retardada, bege, inoperante, preconceituosa e conformada. E são esses brasileiros que, de fato, mandam no Brasil ao elegerem essa laia que faz turismo em Brasília.
Às vezes, chego até a acreditar que o Brasil está avançando. De tanto frequentar o Twitter e o Facebook, e acompanhar as manifestações dos “ofendidos”, acho que vamos bem, obrigado; que estamos chutando o traseiro dos coronéis da Tradicional Família Brasileira. Sinto avisar: fora o STF, que vem dando aula de cidadania, o resto continua lamentável.
Ou não é lamentável ver o Tiririca na TV, em propaganda do PR, explicando o nepotismo como se estivesse no picadeiro do Programa do Ratinho?
A bem da verdade, se política, no Brasil, fosse assunto sério, o palhaço nem teria sido eleito deputado federal com mais de 1 milhão de votos; José Sarney não seria presidente do Senado; e o ogro Jair Bolsonaro não escaparia de uma punição no Conselho de Ética.
Existe uma simetria entre as ideias atrasadas de grande parte da sociedade brasileira e a defesa dessas mesmas ideias pelos políticos que a representam. Exemplo: se a cambada evangélica do Congresso legisla com a Bíblia debaixo do braço é porque, do lado de cá do balcão de negócios, há outra cambada evangélica os apoiando. Simples assim.
Sociedade podre, políticos idem.
Para mudar lá, antes precisamos mudar cá. Reconhecer que, como povo, ainda estamos mais próximos de Uganda que da Dinamarca, o primeiro país a legitimar o casamento gay, em 1989. Enquanto isso, no Brasil livre, leve e solto do Bolsonaro, incitação ao ódio nada mais é que liberdade de expressão.
Marcos Guinoza é jornalista. Mora em São Paulo. E escreve diariamente no blog O Idiota Feliz.
* Os artigos aqui publicados não representam necessariamente a opinião do Pará Diversidade.
“Para mudar lá, antes precisamos mudar cá.”.
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Concordo plenamente. Sou evangélico (prefiro Protestante), mas NÃO DEFENDO a Cambada Evangélica dos Parlametos Brasileiros como uma catapulta para a mudar. Antes, a considero MAIS DO MESMO.
Primeiro, porque a Organização Política é uma conseqüência da Organização Social e uma coisa segue alimentando a outra.
então, se eles (alguns, pastores autodenominados ou não), tivessem interesse em mudar o caráter desse país, estariam trabalhando duro em suas congregações para formar cidadãos à base da mais simples, prática acessível fonte de Moral, Ética e Disciplina.
Já temos ícones de sobra: coronéis tradicionais como José Sarney, a Igreja Católica com a CNBB (e seus tentáculos) e o IPHAN vampirando verbas públicas para edificações inúteis, só para manter o ideário do atraso.
Nossa determinação deveria ser para inovar e forjar uma nova ordem, com desenvolvimento e justiça social.
Esses imbecis não têm idéia de um Projeto para o Brasil. Óbvio, o trabalho deles é manter a “simpatia” das congregações (constituída de pessoas de baixa escolaridade). Os evangélicos mais esclarecidos não os defendem intransigentemente.
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A EDUCAÇÃO é a grande inimiga deles.