Canções homossexuais
Perguntei para o Paulo Azeviche se ele já havia sofrido algum tipo de preconceito por fazer um trabalho artístico com abordagem abertamente homossexual.
Resposta: “Tive meu espetáculo mais recente, Sossega Leão!, excluído do festival dos alunos de artes da universidade na qual estudo, a Unicamp. O release do show especificava como referências as performances de Cláudia Wonder, Ney Matogrosso e Edy Star. Recebi como resposta: ‘você não é prioridade da música’”.
Paulo Azeviche é um jovem intérprete brasiliense. No momento, prepara um CD, a ser lançado em julho de 2012, com “canções homossexuais”.
mas que canções são essas, Paulo?
“Folclores cuja primeira leitura pudesse ser claramente homossexual ou que pudesse tê-la realocada dentro de uma esfera de ambigüidade; músicas de autores consagrados dos anos 70 e 80 que não tenham sido trabalhadas na época do lançamento dos discos e que estejam esquecidas; e, por último, músicas de autores recentes com abordagem homossexual”.
O repertório, segundo o cantor, ainda é segredo.
“Posso adiantar que vai contar com músicas do ‘arco da velha’ (risos), trazendo folclores raríssimos resgatados após profunda pesquisa no acervo musical brasileiro. Mas autores recentes também estarão incluídos, como o Luis Capucho (já gravado por Cássia Eller), além de canções de minha autoria em parceria com os pianistas Adriano Gorni e Felipe Magaldi. Já sobre o repertório do espetáculo que o CD vai gerar, vai ter muito Gonzaguinha, Ivan Lins, Luiz Melodia, Belchior, além da música Claustrofobia, composta por Roberto e Erasmo Carlos para o primeiro cantor gay da MPB, Edy Star, em 1974”.
O CD de Paulo Azeviche é resultado de um projeto aprovado no edital PROAC da Secretaria de Cultura de São Paulo, que abriu inscrições para propostas artísticas que contemplassem a diversidade sexual.
É isso. As referências do cantor são interessantes e a proposta é corajosa. Resta aguardar o lançamento do disco e descobrir que canções com pegada homoerótica Azeviche encontrou em sua pesquisa do acervo musical brasileiro.
Para saber mais sobre o Paulo Azeviche, clique aqui
Marcos Guinoza é jornalista. Mora em São Paulo. E escreve diariamente no blog O Idiota Feliz.
* Os artigos aqui publicados não representam necessariamente a opinião do Pará Diversidade.
Esse menino é realmente a grande promessa do milênio! Chega desses cantorzinhos pasteurizados breguetes pseudo-não-assumidos de agora! DÁ-LHE, AZEVICHE!