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Segundo Movimento LGBT, vítima de agressão em Belém é uma travesti de 16 anos

21 outubro 2016 Nenhum comentário

A vítima de espancamento na madrugada desta quinta-feira (20), na avenida Visconde de Souza Franco, centro de Belém, ainda não foi localizada. Mas de acordo com representantes do Movimento LGBT no Pará, ela é um adolescente de 16 anos e travesti. A ação foi praticada por taxistas da Cooperdoca e dois policiais militares estavam no local e observaram toda a agressão, sem intervir.

Segundo o morador do bairro, que gravou o vídeo e preferiu não se identificar, a vítima grita de dor. “Era uma 5h  quando eu acordei com os gritos e urros altos. Eu até me espantei porque era como se uma pessoa estivesse sendo torturada mesmo. É um absurdo, a Polícia Militar não fez nada, nem recolheu e nem impediu que acontecesse”, comenta.

A Delegacia de Crimes Discriminatórios da Polícia Civil informou que esta investigando o caso e tenta localizar a vítima.

O promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, avalia a atitude como um crime. “É uma conduta criminosa, tendo em vista que é dever constitucional da PM a garantia da integridade física do cidadão, independentemente do sexo, da raça e da condição social”, afirma.

Para a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB no Pará, Luana Thomaz, o vídeo deixa muito claro que a vítima não tinha condições de se defender. “É um crime essa lógica do linchamento, a pessoa possui o direito de se defender do cometimento de um crime. No vídeo dá pra ver que a pessoa já estava contida, tinha inclusive policiais armados próximo. As pessoas não estavam agredindo para evitar o cometimento de um crime, elas estavam agredindo para soltar seu ódio e sua raiva”, avalia.

A Polícia Militar informou que analisa as imagens para identificar os policiais e disse ainda que se for comprovada a conduta irregular, serão adotadas as medidas cabíveis.

Fonte: G1